terça-feira, 22 de novembro de 2016

Presidente Trump e outras esquisitices geopolíticas

21/11/2016, Scott Humor, The Vineyard of the Saker















Donald Trump venceu a eleição presidencial, apesar de as pesquisas indicarem que Hillary Clinton 'estava eleita'. Explicação frequente para isso é que alguns tiveram medo de admitir aos pesquisadores que apoiavam Trump — o que tem sido chamado de fenômeno dos "Trumps tímidos". Revisão desses números contudo sugere que, mais provavelmente, as pesquisas não souberam ver Trump corretamente.

"Eleitores Trumps Tímidos começaram a sair do armário ao longo da eleição" – disse Matthew Oczkowski, diretor de produto da Cambridge Analytica.


Resumo disso é que Trump saiu-se melhor do que as pesquisas previam, mas seu desempenho nada parece ter a ver com algum efeito "Trump Tímido". Mais parece que as pesquisas subestimaram Trump por razões mais convencionais, como subestimar as dimensões da base Republicana, ou por não conseguir capturar o quanto aquela base ampliou-se no final da campanha.



Outra explicação para o "fenômeno Trump" que está sendo introduzida pela mídia-empresa liberal é que os "norte-americanos brancos" sabe-se lá por quê, decidiram unir-se contra a crescente ameaça de um "governo das minorias".




Outra explicação, menos etnicamente separatista, é "muita gente que se decidiu no último momento", eles/elas saltaram da cama e no último momento correram às urnas para votar. O mesmo Washington Post também diz que "um eleitorado que realmente parecia posicionado a favor de eleger Clinton mudou-se para Trump no último momento."



Até Global Research seguiu essa trilha: declarou que o FBI selou a derrota da candidata Clinton."



Ok, o papel da comunidade de inteligência dos EUA na vitória de Trump foi imenso. Mas escreverei sobre isso mais tarde.



Agora, digo-lhes exatamente como Trump venceu 

Primeiro, examinemos a previsão de FiveThirtyEight para essas eleições, que é uma ferramenta para criar uma falsa realidade, torcer a cabeça dos eleitores e desequilibrá-los mentalmente:



Quem será o próximo presidente? Chances de vitória 



Hillary Clinton – 71.2%
Trump – 28.6%



Votos eleitorais

Hillary Clinton – 302.2
Donald Trump – 235.0



Examinemos também o seguinte…

Uma conversa típica, na qual tropecei no Twitter

Conversa entre Andrea Chalupa e seus seguidores. Lembro-me de D. Chalupa de 2014, quando se tornou a face visível de uma campanha que teve vida curta online e levava o nome de "Digital Maidan." Naquele momento, ela era apresentada como "cofundadora de Digital Maidan, movimento online que pôs o evento ucraniano no 1º lugar dos tópicos mais repetidos no Twitter em todo o mundo."



Havia várias "campanhas" inclusive convocando para ataques online pessoalmente contra o presidente Putin. Havia também várias convocações de clara disseminação de ódio. Mensagens russofóbicas. A quantidade de mensagens de ódio racista nessas 'campanhas' foi tal, que bem se pode defini-las como campanhas racistas de inspiração nazista.



Naquele momento, o nome de D. Chalupa aparecia como editora adjunta de Vanity Fair e outras revistas do grupo Condé Nast.



Não faço ideia de como ou por que uma empresa aparentemente respeitável, dedicada ao mercado de luxo, como Condé Nast, teria algo a ganhar com associar seu nome e sua marca àquela 'Digital Maidan' racista, russofóbica e fascista e à "cofundadora" do 'movimento' Andrea Chalupa. Mas, afinal, nem é tão surpreendente, se se considera que Huffington Post, outra publicação que odeia furiosamente o povo russo, também conta com D. Chalupa entre seus autores e colunistas.





Ainda não falamos nem perto de o suficiente contra a danosa influência que os chamados "ucranianos étnicos" que vivem nos EUA têm sobre a política externa e a política doméstica norte-americana. Escrevi "chamados" porque, segundo as histórias familiares da maioria deles se trata de descendentes daqueles seguidores do talmudismo do século 18 nascidos no território da Rússia Ocidental (Malorossia) e Polônia. Quem tiver provas de algo diferente disso, que apareça.


Mas, voltemos às nossas ovelhinhas.



Uma conta de Twitter em nome de Miss Ervilha, que usa a imagem de um crânio humano como avatar, tuíta para Dona Chalupa e outros:


"Enquanto ainda há tempo, a Casa Branca de Obama deve proteger o povo dos EUA contra o golpe FBI/extrema-direita e Rússia."


– Como, exatamente, você propõe que seja feito?



– Veja isso: Dra. Jill Stein num jantar pago pelo Estado russo, celebrando o 10º aniversário de um canal de TV de RT (1/2)



– Você acha que é todo o FBI? Há os nomeados por Bush, a turma de Rudy e então o establishment da Casa Branca?



– É principalmente o escritório do FBI em NY, amiguinhos velhos de Giulianni



– Esse tal de Flynn também estava na gaveta da Turquia, segundo @maddow:/



– Disseram-nos que o FBI estava dividido e que muitos não concordam com o que Comey fez. Pelo menos, há alguns decentes."


Essa conversa ia longe. Salvei algumas imagens da tela, claro.


Tudo isso considerado, as explicações de por que Trump venceu são as seguintes:


  • Rússia fez as pessoas votarem 'nele' , não 'nela'; 

  • O fenômeno "Trumps Tímidos". Em outras palavras, as pessoas teriam tido vergonha de admitir que apoiavam o candidato. "Tímidos" está promovendo a ideia que a luta contra a agenda do globalizamento seria luta pecaminosa e, portanto, de causar vergonha;

  • Eleitores sonolentos saíram da cama no último minuto, ou correram a votar, mal saídos do trabalho;

  • Complô do FBI;

  • "Americanos Brancos" em revolta contra as políticas de Obama;

  • Um fenômeno de "o candidato certo não apareceu." A ideia de que Clinton foi candidata errada para o Partido Democrata. A vitória eleitoral de Trump pode ser vista como derrapada puramente técnica, causada pelo problema do Candidato que Não Apareceu.


Tudo que aí se lista é nonsense. Enrolado e embalado em terminologia suposta 'atual', mas nem por isso menos nonsense



Toda a minha vida fui e sou Republicano, mas quase nunca apareço nas reuniões do Partido, apesar do vinho que distribuem e da abundância de cubinhos de queijo para comer. Quando vou, é para saber o que o pessoal anda dizendo e em quem votar em eleições iminentes, quem os Republicanos querem eleger para o Senado e para a Casa Branca.


Se você nunca assistiu a reuniões do Partido Republicano, veja aqui como são, nesse vídeo muito realista.



Ano passado, antes da primária do Partido, fui à reunião e perguntei ao presidente do diretório local dos Republicanos quem o Velho Grande Partido [ing. GOP] endossava como candidato possível à presidência. Resumo: tínhamos seis Republicanos no mesmo páreo.


No instante em que perguntei quem eu devia apoiar, algo estranho aconteceu. O homem puxou-me para fora, pela manga, até um local onde não havia praticamente ninguém, sempre olhando em volta, querendo assegurar-se de que ninguém o ouvia e sussurrou: "Oficialmente, não endossamos nenhum candidato esse ano. Extra oficialmente, o Partido recomenda o voto em Trump. Mas não conte a ninguém. É nossa estratégia secreta. Não queremos que os Democratas saibam. E também não queremos que alguns Republicanos saibam. Essa eleição não terá campo marcado. Não queremos atrair a atenção deles para a candidatura de Trump. Vamos deixar que pensem que é candidato marginal, não endossado pelo Partido. Tenho certeza de que você fará a coisa certa: vote em Trump, mas não diga a ninguém. Os líderes do Partido estão falando pessoalmente com cada Republicano."



Essa linha estratégica foi fielmente seguida durante todo o ciclo eleitoral. Várias vezes depois dessa conversa, ouvi gente perguntando pelo candidato que o Partido Republicano apoiavaA resposta sempre era "não apoiamos nenhum deles, mas se você quiser falar sobre isso, conversamos depois da reunião."



Seria possível, pelo menos, que milhões de Republicanos tenham mantido o segredo? Sim. A eleição de 2016 converteu-se em exemplo clássico de unidade produtiva diante de terrível adversidade. Nas reuniões, o clima era de contenção e reserva. As pessoas posicionavam-se como se estivessem defendendo a própria vida. Republicanos em massa compreenderam que Trump e o pessoal dele eram a única chance para retomar os EUA das garras da ocupação pelos globalistas. Alguns, leitores do Saker, Wikileaks, ZeroHedge e InfoWars, sabiam que essa era a única chance real de impedir a guerra mundial.



De minhas conversas com nosso presidente local, depreendi que se os Republicanos expusessem o quão desesperadamente o país precisava da vitória de Trump, o ataque dos liberais Democratas e da esquerda liberal seria absolutamente descomunal.



Fazer as coisas como se Trump fosse apenas esse sujeito esquisito que gastou a própria fortuna na campanha, ajudou a desviar as atenções. E assim os norte-americanos Republicanos mostraram-se tão disciplinados e convictos da importância da própria estratégia, que ninguém vazou nossa estratégia para a mídia clintoniana.



Depois que Donald Trump venceu a primária dos Republicanos por vasta margem e foi indicado candidato à presidência, todas as vezes que apareci em reunião do Partido, ouvi nosso presidente anunciar "com profunda tristeza", que mais um apparatchik desertara e se bandeara para o lado escuro da força.



Diziam que não concordavam com a candidatura Trump. Também diziam que Trump não os representava. Para culminar, alguns Republicanos de alta plumagem saíram e renegaram o próprio partido. Declararam que apoiar Trump havia sido "enorme erro". Foi quase como se se comprometessem publicamente a votar em outra pessoa, em nome de outra agenda política.



O mesmo aconteceu em parte na Europa, onde políticos por livre e espontânea vontade puseram-se a ofender Trump publicamente. Os membros da junta de Kiev, esses, puseram-se a ofendê-lo em altos brados. Desnecessário dizer, todos depois gastaram horas apagando das respectivas contas nas mídias sociais as respectivas declarações anti-Trump.



Mídia-empresa se auto-des-santificou 



E assim aconteceu que Trump nada deve a ninguém, exceto a quem votou nele e a seus importantes apoiadores como Wikileaks e Infowars. Posso dizer também com satisfatória certeza que Trump não recebeu só o apoio moral da comunidade de inteligência, do FBI em particular. Além do apoio, a comunidade de inteligência desenvolveu um plano multianual que tem de ser executado sob máximo sigilo, para não atrair excesso de fogo contra o candidato. 



Foi o FBI quem vazou "e-mails de Hillary" para Wikileaks. Quanto ao "envolvimento dos russos" nisso... O que aconteceu faz-me lembrarplano muito similar para livrar-se de liberais que estavam no poder aplicado antes, na Rússia.



É quase como se a inteligência russa tivesse partilhado com o FBI não só informações sobre terrorismo, mas também a informação prática sobre como preparar e desenvolver campanha eleitoral para candidato, que alcançasse dois objetivos: fazer o candidato a presidente voar abaixo do radar da mídia-empresa liberal; e levá-lo à vitória, mesmo assim. Campanha desse tipo – como a que elegeu Trump – absolutamente nada tem a ver com estilo norte-americano tradicional. 



Uma coisa é certa: sem a vitória de Putin, não haveria vitória de Trump.



Mais links para o Relatório de Situação (Situation Report, SITREP):



  • Veja como os liberais preparam-se para pedir o cancelamento dos resultados eleitorais: aqui está a indiscutível propaganda reunida por Esquire magazine. "Como Rússia aplicou o maior golpe eleitoral de toda a história dos EUA". O artigo desqualifica o Partido Republicano e 50% dos eleitores norte-americanos como "agentes de Putin". Os liberais e neoconservadores preparam o terreno para exigir a anulação dos resultados eleitorais, sob o argumento de que Trump seria apoiado pela Rússia (e para favorecer a candidata apoiada por Soros – o qual, já que falamos dele, não é cidadão dos EUA).

  • The Kincannon Show ‏@kincannon_showrepórter da CNN me conta que Hillary atacou fisicamente, com violência, Robby Mook e John Podesta mais ou menos à meia-noite; teve de ser contida 'com firmeza'.

  • Federal Spy Guy ‏@FederalSpyGuy há 20 horas, 20 minutos:  Podesta disse a ela que tinha de falar aos seus seguidores. Ela (bêbada como gambá) (supostamente) teria dito: "Que se fodam. Vá você".



    Mais algumas esquisitices geopolíticas

    Nenhuma nação ocupada – exceto a Rússia, única exceção – foi jamais capaz de se autolibertar sozinha. Todos os países ocupados do mundo sempre precisaram de ajuda externa para se libertarem. Agora, os países em todo o mundo, como Alemanha, França, Grécia, Bulgária, Síria e EUA e até a Coreia do Sul lutam para se libertarem, com auxílio da Rússia.

    Quem auxiliou a Rússia? Acho que quando a Rússia estava despencando pelo abismo, nos anos 1990s, o país foi ajudado pelas potências divinas, pela comunidade de inteligência russa e pela volta do país à religião Cristã Ortodoxa. O mesmo se pode ver, com pequenas variações, em outros países.

  • Glorioso é assistir aos Baby Boomers [filhos da Segunda Guerra Mundial] quando veem rejeitada sua ideologia de traição. Donald Sutherland ajoelha-se e pede perdão por ser um "fucking macho branco."

  • Merkel para a Sibéria & Putin para Berlin 15/9/2015, manifestação da PEGIDA [al. Patriotische Europäer gegen die Islamisierung des Abendlandes; Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente (em português): organização que se opõe à imigração de muçulmanos para a Alemanha]


Ulf Bjerén diz que a Crimeia não foi anexada, mas democraticamente reintegrada à Rússia


Obrigado pela atenção. Se cuidem.


Scott








Nenhum comentário: