sábado, 9 de julho de 2016

Moon of Alabama: Bagdá, Brexit e The Chicken Coup*

03.06.2016, Moon of Alabama

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Algumas questões sobre as quais queria escrever (mas não pude, impedido por questões familiares:

Noite passada duas bombas de terroristas do Estado Islâmico mataram 172 e feriram 200 pessoas em Bagdá. No mesmo momento, o New York Times estampava matéria – sem absolutamente qualquer prova para a tese que já aparecia na manchete: "Apelando à base, o ISIS começa a moderar sua violência em países muçulmanos" [ing. Appealing to Its Base, ISIS Tempers Its Violence in Muslim Countries. (A manchete foi logo alterada. É que as pessoas na Turquia, Bangladesh, Iêmen, Iraque e Síria – locais, todos esses, onde oISIS cometeu assassinatos em massa semana passada, provavelmente têm opinião diferente dessa em que o NYT insiste e que tanto repete.)

Será que haverá campanha "Je Suis Bagdá" hoje à noite? Será que as cores da bandeira do Iraque serão projetadas na Torre Eiffel, na Porta de Berlin ou na Casa Branca? Nããããõ? Por que não? Talvez porque as crianças, homens e mulheres em sua maioria xiitas assassinados em Bagdá seriam gente do tipo errado

Concordo firmemente com o parágrafo seguinte:

Brexit é só o primeiro terremoto desse tipo
As pessoas desejam uma nova ordem na qual andam juntos um senso de pertencimento e um senso de segurança, nacionalismo e economia andam juntos. Nada há de intrinsicamente errado com esse desejo democrático. Na base, a votação [do Brexit] trata disso. Claro que o povo britânico não está só nessa busca. Na procura por uma visão na qual as nações possam ser economicamente fortes num mundo conectado, alguns oportunistas se alinharão a elementos indiscutivelmente racistas para acumular capital político. Mas ver isso meramente como ressurgência de algum populismo arcaico, paroquial, é ver a árvore e não ver o bosque.

The Canary tem uma série excelente sobre o Chicken Coup [golpe] fracassado no Partido Labour britânico [artigos em ing. Apenas os títulos aí vão traduzidos, pq já contam boa parte da história (NTs)]. 


Campanha de empresa de Relações Públicas fabricou o golpe dentro do partido Labour (Parte 1). 


O golpe foi publicamente anunciado em The Telegraph dez dias antes de acontecer:Rebeldes do labour esperam derrubar Jeremy Corbyn em blitz de 24 horas depois do referendo sobre UE

Essa tentativa de golpe foi ridícula. Os 'especialistas' Blairistas da futrica 'jornalística' obviamente perderam o jeito.*****




* É o título de uma coluna de blogs em The Canary. Aparece aqui como trocadilho completamente intraduzível. A OTAN chamava de "galinheiro" [ing. chicken coop] uma instalação russa da Guerra Fria conhecida oficialmente como Radar de DnestrNesse título (e provavelmente também no título da coluna de The Canary), não há como saber, o autor joga com as semelhanças fonéticas entre "coop" [galinheiro, gaiola e, talvez, o apelido da Guerra Fria] e "coup" [golpe de Estado atentado na Grã-Bretanha, contra Corbyn, nesse caso]. Literalmente talvez, algo como "o Golpe da Galinha da Guerra Fria", GGGF. Mistura e manda [NTs].

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