domingo, 31 de julho de 2016

"Drill, Baby, Drill":* o que significa no Mar do Sul da China (3/3), por Pepe Escobar

31/7/2016, Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Ver também

"O verdadeiro segredo do Mar do Sul da China (1/3)"
26/7/2016, 
Pepe Escobar, SputnikNews (traduzido no Blog do Alok)
Guerra inevitável no Mar do Sul da China? (2/3)
27/7/2016, 
Pepe Escobar, RT (traduzido no Blog do Alok
)



Há um buraco azul no Mar do Sul da China. Longdong ("Buraco do Dragão") tem espantosos 300,89 metros de profundidade, em águas azuis profundas perto de Yongle, um grande recife de corais nas ilhas Paracel (ou Xisha, na denominação chinesa).

Os mais cínicos podem argumentar que, depois da recente sentença da Corte Arbitral de Haia, em larga medida contrária à "linha dos nove traços" da China, todo o Mar do Sul da China seria, mais, um buraco negro – não azul – geopolítico, onde as mais sérias turbulências são praticamente inevitáveis.

Já examinei noutro artigo como a história do Mar do Sul da China está hoje colidindo com imperativos derivados do sistema de Westphalia, e como o "pivô para a Ásia" do EUA está acelerando o conflito. Também examinei como a obsessão da Marinha dos EUA com "acesso" na verdade está tumultuando as relações entre nações soberanas, na questão de qual delas tem direito de extrair lucros das águas em torno de um punhado de ilhas ou "rochedos".

Além disso tudo, há também aquela lógica inescapável que envolve todas as guerras de energia: "É o petróleo, estúpido".

Ante a derrota, EUA 'ameaçam' balcanizar a Síria, por MK Bhadrakumar

31/7/2016, MK Bhadrakumar, Indian Punchline


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Os comentários ácidos, amargos, em que John Brennan chefe da CIA pôs em dúvida o futuro da Síria como país soberano, no Fórum de Segurança de Aspen, Colorado, ontem, mostram o alto nível de frustração dos EUA ante as realidades que emergem dos combates em solo (Reuters). As forças do governo sírio, apoiadas por forças russas, iranianas e por combatentes do Hezbollah cercaram afinal a estratégica cidade de Aleppo, no norte do país. Dentro da cidade, presos na arapuca, estão os grupos extremistas que EUA e aliados apoiaram na guerra.

sábado, 30 de julho de 2016

Guerra inevitável no Mar do Sul da China? (2/3), por Pepe Escobar

27/7/2016, Pepe Escobar, RT


Ver também
"O verdadeiro segredo do Mar do Sul da China (1/3)"
26/7/2016, 
Pepe Escobar, SputnikNews (traduzido no Blog do Alok)



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Mar do Sul da China, Sudeste Asiático, foram tomados pela questão de como responder. Confabularam. Discutiram. Caíram em desespero.

Foi demonstração viva e em cores de como se fazem negócios "ganha-ganha" na Ásia. Pelo menos, em teoria.

Por fim, em reunião de cúpula em Vientiane, Laos, as dez nações da Associação de Nações do Sudeste Asiático [ing. Association of Southeast Asian Nations (ASEAN)] e a China finalmente decidiram-se por aquele mantra familiar – "diluir tensões".

Concordaram com parar de mandar gente para "ilhas, recifes, baixios, atóis e outros afloramentos", depois que a ASEAN declarou-se preocupada com as demandas de terra e "escaladas de atividades na área".

E tudo isso sem sequer falar de China – nem, tampouco, da decisão do Tribunal de Haia.

O verdadeiro segredo do Mar do Sul da China (1/3), por Pepe Escobar

26/7/2016, Pepe Escobar, SputnikNews


Ver também
"A guerra é inevitável no Mar do Sul da China", Is war inevitable in the South China Sea? (2/3)
27/7/2016, Pepe Escobar, RT (em tradução)

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




O Mar do Sul da China é e continuará a ser o ponto geopolítico mais importante de todo o jovem século 21 – muito mais que o Oriente Médio ou as fronteiras ocidentais da Rússia. Ali se disputa nada menos que o futuro da Ásia – e o equilíbrio de poder Oriente-Ocidente.

Para compreender o Grande Quadro, é preciso voltar a 1890, quando Alfred Mahan, então presidente da Academia Naval dos EUA, escreveu o seminal The Influence of Sea Power Upon History, 1660-1783 (ing.). A tese central de Mahan é que os EUA tinham de sair ao mundo à procura de novos mercados, e proteger essas suas novas rotas de comércio com uma rede de bases navais.

Esse é o embrião do Império de Bases dos EUA – que começou de facto depois da guerra EUA-Espanha, há mais de um século, quando os EUA alcançaram o status de potência do Pacífico, ao anexar Filipinas, Hawaii e Guam.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Obama diz que Hillary continuará o legado dele – e continuará mesmo!

29/7/2016, Michael Hudson, in Naked Capitalism (postado por Yves Smith)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


"Poucos provavelmente captaram a ameaça assustadora que Obama deixou no ar, sobre um plano de Hillary para que as empresas partilhem os lucros com os empregados. Para mim, é o mesmo plano de Pinochet, para privatizar a Seguridade Social entregando-a a Programas de Propriedade de Ações para Empregados [ing. ESOPs (Employee Stock Ownership Programs)], da mais deslavada exploração.

(...) Mas Bernie, ele mesmo, parece um Alex Tsipras norte-americano. Tsipras supôs que sair da eurozona fosse ainda pior que capitular ante a austeridade [não é 'austeridade', é arrocho (NTs)]; Sanders supõe que se afastar dos Democratas e apoiar um realinhamento político – talvez mesmo elegendo Trump no período de transição – seria pior que a agenda pró-Wall Street de Hillary, prima-irmã da agenda de Obama."



Pouco antes da convenção do Partido Democrata na 2ª-feira, Hillary escolheu o senador Blue Dog [democrata conservador] Tim Kaine de Virginia como seu vice-presidente. Logo depois Wikileaks distribuiu os e-mails do Comitê Nacional Democrata, CND [ing. Democratic National Committee (DNC)] que mostram que o Comitê Nacional obrou, na verdade, como agente da campanha de Clinton, ao ponto de até usar os mesmos advogados da campanha dela, para boicotar a candidatura de Bernie Sanders.


O Fascismo e sua Imbecilidade Ilógica, por Mauro Santayana

27.07.2016 - Mauro Santayana

O fascismo de hoje se disfarça de “liberalismo” no plano político e de neoliberalismo no plano econômico.


(Jornal do Brasil) - Célebre por seus estudos sobre a França de Vichy, Robert Paxton dizia que o fascismo se caracteriza por uma sucessão de cinco momentos históricos: a criação de seus movimentos; o aparelhamento do setor público; a conquista do poder legal; a conquista do Estado; e, finalmente, a radicalização dos fins e dos meios - incluída a violência política - por intermédio da guerra.     

O fascismo de hoje se disfarça de “liberalismo” no plano político e de neoliberalismo no plano econômico.

Seu discurso e suas “guerras” podem ser dirigidos contra inimigos externos ou internos.     

E sua verdadeira natureza não pode ser escondida por muito tempo quando multidões uniformizadas, quase sempre com cores e bandeiras nacionais, descobrem "líderes" dispostos a defender o racismo, a ditadura, o genocídio e a tortura.     

Que, quase sempre, são falsa e artificialmente elevados à condição de deuses vingadores.     

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A Questão Central na Campanha Presidencial nos EUA

27/7/2016, Eric Zuesse, The Vineyard of the Saker


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A questão central na campanha presidencial nos EUA não pode sequer ser discutida na mídia-empresa de 'noticiário' nos EUA, porque a mesma mídia-empresa é toda ela, quase uniformemente, cúmplice do crime de ocultar da opinião pública dos EUA a informação factual crucialmente decisiva para que a população possa votar de modo inteligente e confiavelmente bem-informado sobre aquela questão. Nenhum veículo da mídia-empresa de notícias quer ver noticiada a própria cumplicidade em crime algum; assim sendo, a 'cobertura', de fato o 'encobrimento', continua inalterado. Essa 'cobertura'/encobrimento ativo tem vida própria, que empurra o mundo cada vez para mais perto de uma situação que pode fazer bilhões de mortos, porque quanto mais se mantiver o encobrimento, mais fora de controle tornam-se as coisas. E por isso persiste o ciclo de mentiras virtualmente uniformes, apesar do perigo sempre crescente. 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Revolução no centro do Velho Mundo, por John Helmer

Nova Aliança Bizantina: Kremlin e Porta Sublime


27/7/2016, John Helmer, Dance with Bears, Moscou

Dia 9 de agosto, em São Petersburgo, o presidente Vladimir Putin da Rússia reúne-se com o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan. É momento revolucionário. 

Nunca houve virada tão dramática quanto essa, em 67 anos, desde o estabelecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN; nem ao longo do século transcorrido desde que o Império Otomano aliou-se à Alemanha, contra a Rússia, na 1ª Guerra Mundial; nem nos dois séculos desde que o sultão otomano Mahmud II e o Czar Alexandre 1º aliaram-se contra Napoleão e os britânicos.


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Fontes russas dizem que têm certeza de que os serviços secretos russos não avisaram Erdogan nem ajudaram suas forças a derrotar o golpe contra ele, na noite de 15-16 de Julho. Mas depois que Erdogan iniciou seu contragolpe, e na luta que prossegue entre as forças islamistas de Erdogan e os militares turcos regulares, dizem as fontes, houve e haverá ajuda russa. Teve mais a ver com o futuro, explicam eles, do que com o que se passou semana passada, o que disse o vice-primeiro ministro turco Mehmet Şimşek a seu contraparte russo Arkady Dvorkovich em Moscou, na 3ª-feira: "Gostaria de agradecer pelo apoio relacionado a eventos recentes na Turquia, pelo apoio à democracia e ao governo turco."

Reflexões sobre a tentativa de golpe na Turquia, por Patrick Armstrong

25/7/2016, Patrick Armstrong, Rússia Observer

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Ainda há muita coisa sinistra e sombria sobre o golpe na Turquia – a mais sinistra e sombria é o conhecimento prévio e o envolvimento dos EUA, mas acho que algumas conclusões já podem ser extraídas e propostas.


1.   Houve, sim, real tentativa de golpe, construída em casa, para derrubar Erdoğan. Provavelmente reuniu elementos Gülenistas e Kemalistas. Apesar de esses dois parecerem aliados improváveis, alianças pró-golpes – especialmente as que planejam assassinar o líder – são infladas mais pelos fatores aos quais se opõem, do que pelos fatores que elas promovem e apoiam. Raramente os conspiradores vão além do suspense de The Deed: Brutus e Cassius contavam com que, morto Cesar, a "república" ressurgiria; os assassinos de Sadat imaginavam que, sem o "Faraó", tudo estaria resolvido. Mas só conseguiram outro Cesar e outro Faraó. Por tudo isso, uma composição temporária de Gülenistas e Kemalistas para derrubar o "Sultão" não é impossível.

O poder do "não", por Dmitri Orlov

26/7/2016, Dmitri Orlov, Club Orlov


[ru. НеT, "nyet"]

"Ainda hoje sou capaz de visualizá-lo - palidamente limpo, tristemente respeitável, incuravelmente pobre! Era Bartleby. (...) Imagine minha surpresa, ou melhor, minha consternação, quando, sem se mover de sua privacidade, Bartleby respondeu num tom de voz singularmente suave e firme: - 'Prefiro não fazer'. (...) – 'Prefere não fazer?!' - repeti, levantando-me alterado e cruzando a sala a passos largos. 'O que você quer dizer com isso? Você está maluco? Quero que você me ajude a comparar esta folha aqui, tome, empurrei o papel em sua direção. É uma ordem.' – 'Prefiro não fazer' - disse." (p. 15-18) 
MELVILLE, Hermann
 [1819-1981], Bartleby, o Escrevente – Uma história de Wall Street e Outras Histórias, pp. 7-53, trad. Cassia Zanon, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d inhttps://leidsoncvsenac.files.wordpress.com/2009/12/miololivro.pdf *


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Putin: "Oh, coitado desse idiota. Não é capaz de compreender que vamos dizer ‘nyet’ outra vez."
Nesse mundo, supõe-se que as coisas funcionem do seguinte modo: nos EUA, as estruturas do poder (públicas e privadas) decidem o que querem que o resto do mundo faça. Comunicam seus desejos por canais oficiais e não oficiais, contando com cooperação automática. Se a cooperação não acontece imediatamente, aplicam pressões políticas, financeiras e econômicas. Se ainda assim não se produz o efeito desejado, tentam mudança de regime mediante revolução colorida ou golpe militar, ou organizam uma insurgência que leve a ataques terroristas e guerra civil na nação recalcitrante. Se nem isso funciona, bombardeiam o país até mandá-lo de volta à idade da pedra. Foi assim que sempre funcionou nos anos 1990s e 2000s. Recentemente porém, uma nova dinâmica emergiu.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Se Putin vazou aqueles telegramas do Comitê dos Democratas... merece um Prêmio Pulitzer



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Dispensando os padres que chegavam para lhe administrar a extrema unção, disse Voltaire: "Toda a minha vida só pedi uma coisa a Deus 'Senhor, dai-me a graça de me deixar ver meus inimigos em papel ridículo'. Afinal (apontou os padres), Deus me atendeu." 

A história dos e-mails roubados do Comitê Nacional dos Democratas é boa demais para ser verdade.

Durante um ano, o socialista Bernie Sanders, 74 anos, repetiu incansavelmente que, sob o comando de Debbie Wasserman Schultz, o Comitê Nacional dos Democratas boicotava a campanha dele e favorecia Hillary Clinton.

Depois dos 19.200 e-mails vazados no fim-de-semana, antes da coroação de La Clinton, afinal se vê que o velhinho nunca esteve doido. O baralho estava, sim, marcado; os juízes estavam, sim, na gaveta; o jogo foi comprado.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

EUA-2016: A verdadeira 'luta de classes' Neoliberais Neoconservadores X Populistas Justiceiros

24/7/2016, Michael Hudson (vídeo) in The Real News NetworkTRNN


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

"É o que eu já disse. Trump passou a perna em Hillary, pela esquerda, pode-se dizer. Diz que quer dar nova vigência à Lei Glass-Steagall. E os Clintons são, precisamente, os que deram cabo dessa lei."



Na 6ª-feira, logo depois que o Congresso Republicano Nacional decidiu pela candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, Paul Krugman do New York Times publicou coluna intitulada "Donald Trump: o Candidato Siberiano" [ing.Donald Trump: The Siberian Candidate]. No artigo, alertava para o perigo de, se eleito, Donald Trump vir as ser homem de Vladimir Putin na Casa Branca. Krugman dizia-se preocupado, por mais ridícula e ultrajante que a suposição seja, com o que fez recentemente a campanha de Trump, que levou especialistas a questionar, diz Krugman, que tipo de poder Putin terá sobre o candidato Republicano e que influência manterá, se Trump for eleito.

Está confirmado: deram em nada as conversas Putin-Kerry

25/7/2016, Alexander Mercouris, The Duran

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Como The Duran já previra que aconteceria, os russos rejeitaram a oferta de Kerry (um lugar para os russos numa coalizão anti-ISIS liderada pelos EUA, em troca de os russos admitirem a deposição do presidente Assad).

O ministro de Relações Exteriores Sergey Lavrov acaba de confirmar publicamente o que já disséramos: as conversas em Moscou, com o secretário de Estado John Kerry dos EUA, fracassaram.

O Sultão (de emergência) do Vaivém, por Pepe Escobar

23/7/2016, Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Entreouvido na Vila Vudu:

Grave, mas grave mesmo, é que os EUA, depois de varridos do resto do planeta (acabam de ser varridos da Turquia! da Turquia!) acabarão por ter de se 'dedicar' integralmente ao quintal cá-nosso-de-todos-os-dias, ao Brasil, pré-sal e tudo.

Momento TOTALMENTE GRAVÍSSIMO para o Brasil, onde reina o mais sórdido golpe fascista-entreguista. Momento desesperantemente grave para o Brasil.


Em pleno espantoso expurgo, incansável, de amplo alcance, que não dá sinais de arrefecer, com 60 mil (e cada dia mais) funcionários públicos, acadêmicos, juízes, procuradores de justiça, policiais, soldados já presos, demitidos, suspensos ou que tiveram cassadas as licenças para trabalhar, já não parece restar qualquer dúvida de que o governo turco foi, sim, muito bem informado  de que estava em organização um golpe militar, para o dia 15 de julho. É muito possível que a informação tenha chegado até ele graças à inteligência russa, mas evidentemente nem Moscou nem Ancara revelarão qualquer detalhe. Assim sendo, e de uma vez por todas: não foi autogolpe encenado.

Importante analista do Oriente Médio, secular, que assistiu de Istanbul a todo o golpe, esclareceu o contexto político antes até da declaração – esperada – do estado de emergência (se França pode declarar estado de emergência, por que Turquia não poderia?):

domingo, 24 de julho de 2016

Putin às elites ocidentais: acabou a brincadeira - da série "PARA NÃO ESQUECER" (2/2)

24/7/2016, Paul Craig Robert Blog (de 24/10/2014 in Redecastorphoto e 29/10/2014 in Club Orlov)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu






(Continuação) Na minha visão, ainda há lugar para um acordo. Sim, Wolfgang falou sobre isso e compreendi bem o que disse. Falou sobre as próximas eleições na Ucrânia e no sul do país. Sabemos disso e estamos constantemente discutindo isso. Hoje mesmo, pela manhã, voltei a discutir isso com a chanceler da Alemanha. Os acordos de Minsk determinam que as eleições no sudeste sejam feitas em coordenação com a lei ucraniana. Em coordenação, não sob o império da lei ucraniana.

Putin às elites ocidentais: acabou a brincadeira - Da série "PARA NÃO ESQUECER" (1/2)

24/7/2016, Paul Craig Robert Blog (de 24/10/2014 in Redecastorphoto e 29/10/2014 in Club Orlov)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



"Não se trata de alguns simples negócios locais, ou de alguma partilha na esfera de influência, no espírito da diplomacia clássica, ou da total dominação global por alguma força. Entendo que precisamos de uma nova versão do que seja interdependência. Devemos não temer a interdependência. Ao contrário, pode ser um bom instrumento para harmonizar posições".
(Vladimir Putin, Clube Valdai de Discussão Internacional, Sochi, Rússia, 24/10/2014)




MUITOS, na parte anglófona do planeta, não souberam do discurso do presidente Putin na conferência Valdai em Sochi, há poucos dias, e é altamente provável que mesmo os que ouviram falar do discurso não tiveram chance de lê-lo na íntegra, e ficaram sem meios efetivos para avaliar a importância daquela fala. (Para ajudar, adiante todos encontrarão o discurso do presidente Putin, transcrito na íntegra [e traduzido].) A mídia-empresa ocidental fez de tudo para ignorar o discurso ou distorcer seu significado real. Independente do que um ou outro pense ou não pense sobre Putin (como Sol e Lua, Putin não veio ao mundo para servir de 'substrato' a opiniões de colunistas de jornal) – o chamado Discurso de Sochi, do presidente Vladimir Putin é provavelmente o mais importante discurso político que o mundo conhece, desde o discurso de Churchill, "Cortina de Ferro", dia 5/3/1946.

MK Bhadrakumar - Jornais sauditas partem ao ataque contra Erdogan

22/7/2016, MK Bhadrakumar, Indian Punchline

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


O influente diário saudita Asharq Al-Awsat, que pertence ao príncipe Faisal bin Salman (filho do rei Salman), governador de Medina, partiu para o ataque contra o presidente Recep Erdogan da Turquia, com uma série de ataques violentos, que fazem ver claramente as rachaduras que se produziram na política do Oriente Médio muçulmano, depois do golpe fracassado da 6ª-feira passada na Turquia. Em edições sucessivas do jornal apareceram três colunas assinadas por duas vozes muito influentes dentro da mídia saudita – Abdulrahman Al-Rashed (atual gerente geral da rede Al-Arabiya de TV e ex-editor-chefe do diário; e Eyad Abu Shakra (atual editor-chefe do mesmo diário).

A primeira coluna levava o título de "A Turquia Boicotará o Ocidente?" [ing. Will Turquia Boycott the West?aqui, veio assinada por Al-Rashed e apareceu na 3ª-feira, imediatamente depois da tentativa de golpe na Turquia. Trazia duas mensagens para Erdogan: a) Não crie problemas para o ocidente (leia-se: os EUA); e b) Haverá consequências graves, se Erdogan pressionar para que os EUA extraditem o clérigo islamista Fetullah Gülen.

Jogos Olímpicos 2016: ferramenta da nova Guerra Fria

21/7/2016, Andrey Fomin, Oriental Review


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


O 6º Princípio Fundamental do Olimpismo (nenhuma discriminação de qualquer tipo, incluídas por nacionalidade ou opinião política) parece já ter sido esquecido há muito tempo. Na Grécia Antiga a competição entre os melhores atletas fazia parar guerras e servia como ponte de compreensão até entre inimigos recentes. Mas no século 20, os Jogos Olímpicos foram convertidos em arma política. 

Nos anos 1980, os EUA e aliados boicotaram os jogos de Moscou como protesto contra tropas soviéticas que entraram no Afeganistão a pedido do governo legítimo daquele país (bem diferente disso, os Jogos Olímpicos de 1936 na Alemanha Nazista, com Hitler no palanque, foram realizados sem qualquer percalço, sob os aplausos do mundo 'civilizado').

Prensa Latina entrevista o Pres. Bashar Al-Assad da Síria

21/7/2016, Prensa Latina, Cuba


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Damasco, 21 de julho (Prensa LatinaPrensa Latina distribuiu a íntegra da entrevista exclusiva com o presidente da Síria Bashar Al Assad:

Prensa Latina: Sr. Presidente, obrigado por dar a Prensa Latina de Cuba a oportunidade histórica de transmitir o seu ponto de vista ao resto do mundo sobre a realidade na Síria. Como o senhor sabe, há muita desinformação sobre o seu país, sobre a agressão estrangeira que seu belo país está sofrendo.

Sr. Presidente, como o senhor avalia a situação militar atual da agressão externa contra a Síria, e quais os principais desafios das forças sírias em campo, para combater os grupos anti-governamentais? Se for possível, gostaríamos de saber sua opinião sobre as batalhas ou combates em Aleppo, em Homs.

Presidente Assad: Claro, os terroristas receberam muito apoio, de todo o mundo. Temos mais de cem nacionalidades que participam na agressão contra a Síria, com o apoio de certos países como a Arábia Saudita e Qatar com o seu dinheiro e da Turquia, com o apoio logístico e, claro, com o aval e supervisão dos países ocidentais, principalmente os Estados Unidos, França e Reino Unido, e alguns outros aliados.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Moon of Alabama - Turquia: Ofender Erdogan não deterá as mudanças na política externa

22/7/2016, Moon of Alabama


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Leem-se atualmente muitas ofensas contra Erdogan na mídia-empresa nos EUA e na Europa. Tudo sugere que os autores das peças hostis teriam preferido que o golpe fosse bem-sucedido. Por que um estado de emergência e algumas restrições a direitos humanos na Turquia seria evento tão preocupante, se as mesmas medidas – e muito menos justificadas – foram implantadas na França absolutamente sem qualquer protesto? 

O presidente francês acaba de empurrar goela abaixo dos cidadãos uma nova legislação trabalhista rejeitada pelos cidadãos, servindo-se do Parlamento. Isso, sem qualquer votação e usando uma provisão constitucional muito obscura, concebida para ser usada em situação de emergência. Que fim levou o protesto na mídia-empresa e governantes 'ocidentais' contra a violação à francesa dos princípios e regras da democracia?

O golpe na Turquia fracassou – até agora. Como aconteceu – quem planejou, como foi traído, por que foi costurado de modo tão amadorístico –, tudo isso continuará a intrigar. Algumas respostas parecem plausíveis, mas permanecem abertas muitas perguntas.

MK Bhadrakumar: O complicado tango EUA-Rússia, pela Síria



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Reunião de cinco horas entre ministro de Relações Exteriores visitante e o presidente Vladimir Putin da Rússia não é apenas evento raro; na verdade, ninguém consegue lembrar-se de outra. Putin faz raras exceções para receber ministros de Relações Exteriores. E quando os recebe é sempre depois que já falaram com o ministro russo, Sergey Lavrov. Sob todos esses critérios, a reunião entre Putin e o secretário de Estado dos EUA John Kerry, 5ª-feira passada no Kremlin foi extraordinária.

Kerry rumou diretamente para o Kremlin no momento em que pousou em Moscou na 5ª-feira à noite e esteve com Putin até 1h da madrugada da 6ª-feira. A rara presença de Putin em conferência conjunta de imprensa com ministro estrangeiro (Kerry), a linguagem corporal de Putin e, claro, a conferência de imprensa que aconteceu logo depois, com Kerry e Lavrov – todos sempre dedicados a dar a impressão de que EUA e Rússia estariam engajados numa grande ação conjunto relacionada ao conflito sírio (aqui e aqui).